Uma das certezas que temos ao longo da nossa vida é que iremos morrer um dia. Entretanto, encarar essa realidade, não raro, é uma experiência assoladora. Pois morrer é ter de lidar com o medo do definitivo. E, esse caráter decisivo do morrer é angustiante, e toma o indivíduo que discerniu sua finitude, como também os familiares enlutados pela morte daquele que se foi.

Vivemos à medida que nos aproximamos do nosso último suspiro, um morrer diário. Assim, enquanto envelhecemos, perdemos, por exemplo, neurônios em nosso cérebro, massa magra em nosso físico e fios de cabelos no couro cabeludo. Ainda que nossa sociedade tenha avançado em tecnologia, e com isso, proporcionado qualidade de vida as pessoas, o derradeiro final físico, inevitavelmente acontecerá e nos encontraremos com a finitude. Apesar dos progressos de nossa época, a geração contemporânea, está cada vez mais adoecida. E as pessoas temem o próprio fim, assim como o daqueles a quem amam. Em meio a isso, vivenciar com qualidade o ordinário da vida, desde o seu início, até o vindouro último suspiro, é uma possibilidade maravilhosa. Nisso não há garantia de sucesso ou felicidade, mas de responsabilidade pelas próprias atitudes.

Autores têm classificado o luto em 5 fases:

  • Primeira: a negação, em que o enlutado nega a morte, na tentativa de evitar o contato com a realidade.
  • Segunda: a raiva, em que o enlutado se revolta, sentindo-se injustiçado e inconformado com o acontecido.
  • Terceira: a barganha, em que o enlutado começa a negociar, com promessas como “serei uma pessoa melhor e mais saudável”.
  • Quarta: a depressão, em que o enlutado se isola, sentindo-se impotente diante da situação.
  • Quinta: por fim, a aceitação em que o enlutado consegue enxergar a realidade, ficando, assim, pronto para enfrentar a perda.

Viver o luto é, inevitavelmente algo muito dolorido. Assim que um ente querido morre, é importante vivenciar os ritos como: ir ao velório e enterro. Vivenciar o momento sem negar a dor, nos ajuda no processo. É importante entender que a tristeza desse momento dura algum tempo. Lembranças da pessoa são comuns, a comida predileta, o cheiro, os lugares anteriormente frequentados, as músicas, isso e muitas outras coisas, trarão memórias e lembranças acerca do ente querido.

Vivenciar o tempo do luto é importante para que a vida possa ser retomada. Dar significado ao luto nos ajudará a compreender a dor. Se ela se estender por muito tempo, tirando a capacidade de realizar as atividades diárias, como estar com os amigos, trabalhar e estudar, é prudente procurar um profissional qualificado para receber o cuidado que se faz necessário, para que se possa enfrentar esse momento difícil.

Entretanto para nós cristãos, vivenciamos a morte ordinária e esperada como esperança, sabendo que terá fim nossas dores terrestres, alcançaremos o consolo diante de Deus.

A lápide é o final da história, mas o início da vida definitiva da verdadeira plenitude, onde contemplaremos a face de Deus. A nossa esperança não é estática, ela é uma pessoa e se chama Jesus. Estaremos vivenciando na eternidade o que nosso coração sempre sonhou e não sabíamos, aquele que está acima da existência e domina todas as coisas. (cf Jo 11,2 / CIC 10,14 )

Fabio Jose Santos Fonseca

Psicólogo e Ministro por Cura e Libertação da RCC Osasco – Região Bonfim