DIREÇÃO DIOCESANA | CARTA MARÇO 2017

Ministério de Comunicação Social | Data: 03/2017 às 9h30

A Quaresma foi instituída na Igreja como tempo de preparação para a Páscoa, portanto, todo o sentido desse período de quarenta dias é iluminado pelo mistério pascal para o qual é orientado. Podemos imaginar o Senhor Ressuscitado que nos chama a sair das nossas trevas e nós nos colocamos em caminho para Ele, que é a Luz. E a Quaresma é um caminho para Jesus Ressuscitado, é um período de penitência, também de mortificação, mas não com fim em si mesmo, mas finalizado a nos fazer ressurgir com Cristo, a renovar a nossa identidade batismal, isto é, renascer novamente “do alto”, do amor de Deus. Eis porque a Quaresma é, por sua natureza, tempo de esperança.

Para compreender melhor o que isso significa, devemos nos referir à experiência fundamental do êxodo dos israelitas do Egito, contada pela Bíblia no livro que leva este nome: Êxodo. O ponto de partida é a condição de escravidão no Egito, a opressão, os trabalhos forçados. Mas o Senhor não esqueceu o seu povo e a sua promessa: chama Moisés e, com braço forte, faz os israelitas sair do Egito e os guia pelo deserto para a Terra da liberdade. Durante este caminho da escravidão à liberdade, o Senhor dá aos israelitas a lei, para educá-los a amá-Lo como único Senhor, e a amar-se entre eles como irmãos. A escravidão mostra que o êxodo é longo e turbulento: simbolicamente durou 40 anos, isto é, o tempo de uma geração. Uma geração que, diante das provações do caminho, é sempre tentada a lamentar-se pelo Egito e voltar atrás. Também todos nós conhecemos a tentação de voltar atrás, todos. Mas o Senhor permanece fiel e aquele pobre povo, guiado por Moisés, chega à Terra prometida. Todo esse caminho é cumprido na esperança: a esperança de chegar à Terra e justamente nesse sentido é um “êxodo”, uma saída da escravidão à liberdade. E esses 40 dias são também para todos nós uma saída da escravidão, do pecado, à liberdade, ao encontro com o Cristo Ressuscitado. Cada passo, cada cansaço, cada prova, cada queda e cada retomada, tudo tem o sentido interno do desígnio de salvação de Deus, que quer para o seu povo a vida e não a morte, a alegria e não a dor.

A Páscoa de Jesus é o seu êxodo, com o qual Ele nos abriu o caminho para chegar à vida plena, eterna e bem aventurada. Para abrir este caminho, esta passagem, Jesus precisou despojar-se da sua glória, humilhar-se, fazer-se obediente até a morte e a morte de cruz. Abrir-nos o caminho da vida eterna lhe custou todo o seu sangue e graças a Ele nós fomos salvos da escravidão do pecado. Mas isso não quer dizer que Ele fez tudo e nós devemos fazer nada, que Ele passou pela cruz e nós vamos ao paraíso de carruagem.

A Quaresma vive dessa dinâmica: Cristo nos precede com o seu êxodo e nós atravessamos o deserto graças a Ele e atrás Dele. Ele foi tentado por nós e venceu o Tentador por nós, mas também nós devemos, com Ele, enfrentar as tentações e superá-las.

O cansaço de atravessar o deserto; todas as provações, as tentações, as ilusões, as miragens, tudo isso serve para formar uma esperança forte e sólida, segundo o modelo da Virgem Maria, que em meio às trevas da paixão e da morte do seu Filho continuou a acreditar e a esperar na sua ressurreição, na vitória do amor de Deus.

(Trecho da Catequese do Papa Francisco na Quarta-feira de Cinzas – 01/03/2017)

Irmãos, como vimos nessa reflexão do Papa, a Quaresma é um tempo de esperança e crescimento para nós. Esperança que vem ao encontro do que Paulo nos diz em uma de suas cartas: “Estou persuadido de que aquele que iniciou em vós esta obra excelente lhe dará o acabamento até o dia de Jesus Cristo. (Filipenses 1,6). É essa certeza que deve nos mover a todo o instante e, sobretudo, destacar nosso tempo como coordenadores de um grupo de oração, de um ministério, de uma região. Assim, é fundamental buscarmos esse crescimento por meio da oração, intimidade com Deus e momentos de formação! Pensando nisso, incentive os servos do seu Grupo de Oração a participarem das formações específicas de seus Ministérios, como as que ocorrerão nos próximos dias, a saber: Formação para Coordenadores do Ministério de Música e Artes (26/03); Congresso Diocesano de Intercessão (22 e 23/04), além do nosso Retiro para Coordenadores (29 e 30/04).

Cresçamos juntos, irmãos, até o dia de Jesus Cristo!!!

Abraço Fraterno,Juninho!
Beata Elena Guerra, rogai por nós!

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